quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

JOSÉ, 3


Autor: Pastor Israel Belo.

Pensemos em outras virtudes de José, o marido de Maria, que nos inspiram todos os dias do ano.

7. José pastoreava sua família. -- Quando chegou o tempo de o bebê Jesus ser circuncidado (ao oitavo dia de vida), José cumpriu seu dever de líder espiritual da família. Quando chegou a hora de ir ao templo para consagrar o menino (aos 40 dias), José o levou.

A cada Páscoa, festival centrado uma vez por ano, José levava sua família ao templo em Jerusalém, embora morassem a 160 km de distância.

José era o pastor de sua família. Ao tempo do Jesus menino, era José quem tomava a iniciativa.
Ainda hoje os pais são os pastores de seus filhos. Os pais não têm a opção de ser ou não serem pastor. Têm apenas a opção de ser pastores bons ou pastores ruins. Quem tem filho é pastor.

8. José ponderava para decidir. -- Diz-nos a Bíblia que, diante do fato extraordinário da gravidez especial de Maria, José "ponderava nestas coisas" (Mateus 1.20).

Ele não agiu por impulso. Ele pensou antes de decidir.
Ele não agiu com raiva. Se tivesse ficado com raiva de Maria, poderia denunciá-la como adúltera e se mandá-la embora.
Quanto a nós: como temos agido? Na hora em que somos contrariados, temos ponderado  ou explodido?

9. José era um homem justo. -- O resumo do caráter de José é inspirador: ele era, como Jó, um homem justo (Mateus 1.19).
Podemos nós também ser chamados de justos?
Justo é quem faz o que diz é certo.
Justo é quem considera Deus como o centro de sua vida e age coerentemente a partir disto.
Justo é quem não vive apenas para receber os seus direitos, mas cumpre também os seus deveres.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

JOSÉ 2


Autor: Pastor Israel Belo.



José, marido de Maria, é um modelo de ser humano por outras razões ainda:

3. José protegeu seu filho. -- Desde que soube que sua mulher estava grávida, e não era dele porque fôra gerado pelo Espírito Santo, José tomou uma série de atitudes para proteger o bebê e depois o menino.

Quando Maria deu à luz ao menino, ele estava ao lado deles (Lucas 2.16).

Quando a vida do menino foi posta em risco, ele fugiu com todos para o Egito.

Quando voltou para Israel, ele buscou o lugar mais seguro para seu filho.

Quando sentiu falta do garoto nas estradas próximas a Jerusalém, voltou para procurá-lo.
Imaginemos como a vida profissional de José foi prejudicada, mas ele não levou em conta estes problemas. O que importava era proteger seu filho.

Ele protegeu seu filho até dos comentários do povo. Jesus não era seu filho biológico, mas ele guardou este segredo. Por isto, o povo dizia que Jesus era seu filho. José o adotou integralmente.
Neste sentido, José pode ser considerado o patrono dos pais adotivos.
José é um exemplo para todos os pais. As crianças precisam de pais que as protejam.

5. José vivia do seu trabalho. -- José era conhecido em sua comunidade (Nazaré) por sua profissão. Sua profissão, a que hoje chamamos de carpinteiro, incluía a habilidade para fazer artefatos ou construir casas. Como provedor da família, José vivia do seu trabalho. José pode mesmo ser considerado patrono de todos os que trabalham.

6. José honrou sua esposa. -- Quando soube que Maria estava grávida, José ficou ao seu lado e não coabitou com ela (Mateus 1.25). Ele sabia que aquela era uma gravidez especial.

Nesse tempo de abstinência, José não procurou outra mulher para se relacionar sexualmente. Também nesta condição honrou sua mulher. Foi-lhe fiel.

José não se dedicou à sua família, que estava acima de seus interesses próprios e de suas necessidades pessoais. José pode ser considerado o patrono de todos os maridos. (continua).

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

JOSÉ, 1


Autor: Pastor Israel Belo.

Há um homem na Bíblia sobre o qual pouco falamos.
Com muita razão, a Igreja Católica o celebra, destacando-lhe algumas qualidades, como a de trabalhador, chamando-o, por vezes, de São José Operário.

José, marido de Maria, é isto e é mais que isto.
Destacamos o papel de Maria, com razão, mas não podemos diminuir o de José, o homem que ouvia anjos.
Temos muito a aprender com ele.

1. José era um homem atento à voz de Deus. -- Todas as importantes decisões tomadas por José foram orientadas por Deus, que lhe falou por meio de sonhos e emissários. A atenção que José deu a estes meios de comunicação mostra que ele conhecia as Sagradas Escrituras, sabendo como Deus age.

Ele não tomava decisões a partir de uma visão autossuficiente da vida. Sua visão incluía a dimensão do transcendente. Para ele, Deus existe e age; Deus ouve e responde; Deus está atento e intervém.
José está num patamar diferente de uma perspectiva secularizadora da vida. Ele considera a transcendência como fazendo parte da nossa vida.
Como ele, precisamos considerar que a vida não é apenas esta. Precisamos partir do pressuposto de que não estamos sozinhos. Precisamos buscar a orientação de Deus para as grandes e para as pequenas coisas da vida.
Deus era o centro da vida de José.

2. José era um cidadão cumpridor dos seus deveres. --  Quando saiu a ordem para a alistamento compulsório na sua terra de origem, José pôs os pés na estrada. Teve que levar Maria. Não podia deixar para trás uma mulher grávida, sozinha e desprotegida.

Havia riscos, mas havia um dever a ser cumprido. Ele não usou as dificuldades para se eximir de suas responsabilidades.
Ele sabia que ser um cidadão não implica apenas em pensar nos direitos, mas nos seus deveres também. [CONTINUA]

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

BATEM NA GENTE, 2

Pastor Israel Belo

Se aquilo que nos dizem, cara a cara ou pelas costas, não procede, corremos sérios riscos.
Quando falam de nós inverdades, quando tentam nos prejudicar, quando duvidam de nossa honra, nossa vida pode correr perigo.
O maior risco é ficarmos com raiva. A raiva é poderosa. A raiva é como um potente explosivo amarrado ao nosso próprio corpo. Não precisará muito para ser acionada.
A raiva virá, mas precisaremos controlá-la, até passar, o que acontece quando voltamos a dormir em paz.
O outro risco é permitir que a lembrança da maldade contra nós fique em nossa memória o dia todo, como se a pessoa que nos feriu estivesse diante de nós. Nós temos mais o que fazer. Não podemos permitir que o outro invada a nossa agenda mental e nos diga o que pensar ou sentir. O outro que nos fere não pode ser nosso companheiro.
Entre os cuidados, deve estar também a vigilância para não fazermos aos outros o que não queremos que nos façam, cuidado sobre o qual Jesus nos adverte: "Façam aos outros a mesma coisa que querem que eles façam a vocês" (Lucas 6.31). Esta vigilância requer um autoexame profundo, sem subterfúgios, explicações ou justificativas que não admitimos nos outros.
Pode ser ainda que, mesmo no ataque recebido, possamos tirar alguma boa lição. Podemos transformar o mal-intencionado comentário em algo que nos ajude a fazer melhor nossas coisas. Mesmo os mal-intencionados podem ter um pouco de razão. Por que não?
De qualquer modo, devemos cuidar para que o comentário ácido não nos torne pessoas igualmente ácidas, amargas, endurecidas, descrentes no valor do convívio ou do trabalho em equipe
Lembremos que uma pessoa não é o mundo todo. Uma experiência ruim é apenas uma experiência ruim; não podemos superlativizá-la. Só devemos guardar as boas experiências, porque elas nos fazem bem. [FIM]

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

BATEM NA GENTE, 1

Autor:  Pastor Israel Belo.


Às vezes, cara a cara, às vezes, pelas costas, batem na gente.
Reclamam que não fizemos bem alguma coisa, que não lhes demos a atenção que devíamos, que não cuidamos com o carinho prescidindido. Criticam nossas intenções, nossas disposições, nossas produções. Duvidam de nosso caráter. Atacam-nos gratuitamente.
Enquanto vivermos, será assim.
Não temos como mudar esta realidade, que faz parte da condição humana, por causa da contaminação universal do pecado.
Temos que cuidar então para não fazer o mesmo que condenamos. Se tivermos de falar de uma pessoa, que seja com ela. Se tivermos de falar sobre uma pessoa, que seja positivamente e só depois de conferirmos com ela, mas sempre para realmente ajudá-la.
Temos que cuidar para que aquilo que falam a nós ou sobre nós, não importam as suas intenções, não nos torne pessoas ruins.
Nesses casos, bem faremos se nos munirmos de coragem para ouvir o que dizem sobre ou contra nós e, em seguida, avaliar se a queixa procede. Se procede, temos pela frente a ampla avenida do perdão. Além de pedir perdão, talvez possamos ainda reparar parte do dano que a nossa falha causou, tomando alguma providência, mesmo um pouco atrasada. Precisamos ainda nos encher de gratidão para com o crítico, gratidão a ser manifestada em gestos ou em palavras, porque o comentário do outro nos ajudou a fazer melhor a nossa tarefa.
Viver é conviver. É o convívio que nos torna humanos. Ser humano implica em ouvir e falar, falar e ouvir. Quando ouvimos coisas boas sobre atitudes nossas, mesmo aquelas que nos corrijam, bem faremos se valorizarmos o convívio que nos estimula a sermos pessoas melhores. [CONTINUA]