segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

POR QUE FALAR, SE DEVEMOS CHORAR?

Texto de autoria do Pr. Israel Belo de Azevedo.

Por que propor palavras, se as lágrimas são o melhor que podemos dar?
Por que esboçar explicações, se a compaixão é o sentimento certo a externar?
Por que apresentar acusações, se a misericórdia é a única atitude capaz de confortar?

Diante de uma tragédia, que asfixia amores e sepulta sonhos, deixa dores e transmite temores, só temos uma coisa a fazer: pegar no colo as crianças que perderam os braços que as carregavam, tomar pela mão as mãos (algumas feridas pelas enxadas que sustentavam orgulhosos seus meninos) dos pais órfãos de filhos e enxugar suas lágrimas, beijar os rostos das mães que perderam seus melhores bens e pedir que Deus as conforte, abraçar os irmãos de quem se foram seus companheiros para ser um pouco amigos deles agora, sustentar os avós cujos corpos cambaleiam sem acreditar no horror que os seus olhos veem.

É tempo de silêncio, mas não apenas de um minuto.
É tempo de solidariedade, regada a choro.
É tempo de saudade para aqueles que conviveram com os derrotados pelo fogo e também para cada um de nós, saudade em todos nós.

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