Texto de autoria do Pr. Israel Belo de Azevedo.
Por que propor palavras, se
as lágrimas são o melhor que podemos dar?
Por que esboçar explicações, se a compaixão é o sentimento certo a externar?
Por que apresentar acusações, se a misericórdia é a única atitude capaz de
confortar?
Diante de uma tragédia, que asfixia amores e sepulta sonhos, deixa dores e
transmite temores, só temos uma coisa a fazer: pegar no colo as crianças que
perderam os braços que as carregavam, tomar pela mão as mãos (algumas feridas
pelas enxadas que sustentavam orgulhosos seus meninos) dos pais órfãos de
filhos e enxugar suas lágrimas, beijar os rostos das mães que perderam seus
melhores bens e pedir que Deus as conforte, abraçar os irmãos de quem se foram
seus companheiros para ser um pouco amigos deles agora, sustentar os avós cujos
corpos cambaleiam sem acreditar no horror que os seus olhos veem.
É tempo de silêncio, mas não apenas de um minuto.
É tempo de solidariedade, regada a choro.
É tempo de saudade para aqueles que conviveram com os derrotados pelo fogo e
também para cada um de nós, saudade em todos nós.
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