Texto de autoria do Pr. Israel Belo de Azevedo.
Em
nossos relacionamentos, convivemos com pessoas que consideramos maravilhosas.
Elas podem ter uma falha aqui, outra ali, mas no geral são tão aprovadas por
nós que as temos em nossa restrita lista de amigos.
Pode
ser que isso ocorra no círculo familiar, em que nos conhecemos melhor uns aos
outros. Conseguimos relevar aqueles traços que não aprovamos, seja em nossos
pais ou filhos ou irmãos, seja em quem escolhemos como companhia para nossa
vida.
Eis
que, de repente, somos surpreendidos. O honesto corrompeu o guarda depois de
flagrado numa direção ilegal. O calmo explodiu em berros e socos de violência.
O sempre altruísta encastelou-se em seu umbigo de onde não sai. O geralmente
solidário se fechou. O confiável falou mal de você.
Colocamos,
então, essas pessoas num limbo. Nós as colocamos à distância porque não sabemos
interpretá-las. No fundo, temos dificuldade em continuar amando essas pessoas.
Na verdade, ficamos confusos: tirando isto ou aquilo, são boas pessoas,
dizemo-nos a nós mesmos.
O limbo
é cinza. Fundimos o preto com o branco e inventamos o cinza. Faríamos
melhor se pensássemos que o cinza não existe. As pessoas são preto e branco,
não cinza. Diferentemente do que esperamos, os grandes são capazes de gestos
pequenos e os pequenos são capazes de cometer grandes gestos.
Nos
termos cristãos, todas as pessoas são tentadas e qualquer uma delas pode cair.
Trazendo as experiências para mais perto, precisamos ter em mente que todos nós somos tentados e podemos cair.
Não
queremos que as pessoas convivam conosco com o melhor que nós temos? Não
estamos pedindo que nos aprovem em nossos erros, mas se alegrem com os nossos
acertos, aprendam com nossas virtudes, celebrem nossos triunfos.
Nossos
relacionamentos acontecem com pessoas reais, não com os cinzas
imaginários que criamos.
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