Texto de autoria do Pastor Israel Belo
Todos nós
queremos ser relevantes: queremos fazer algo que torne melhores as nossas vidas
e as dos outros, a partir do que nós cremos.
O sentido
da relevância, que nos dá sentido para viver, está na contramão do egoísmo,
logo, é algo de natureza altruísta.
Ao propor
algo, para vidas melhores, enfrentamos oposições, que são SEMPRE salutares. A
oposição faz com que repensemos nossa proposta e até mesmo nos leva a desistir
dela, ao nos mostrar a sua inconsistência. O altruísmo nos leva a renunciar
(sempre um tapa no egoísmo) e, logo depois, buscar outros caminhos. Bem-vindas
as oposições, que nos ajudam a seguir em frente.
O que
realmente estiola a alma é a picuinha.
A palavra
parece vir do bico da ave. A provável etimologia já diz tudo. Uma bicada dói.
Você tem
uma ideia, digamos, uma grande ideia. Apresenta-a. O único a fazer um
comentário se refere a uma vírgula fora de lugar.
Você
dirige um espetáculo, bonito, aplaudido, mas alguém vem reclamar que a sua
gravata não combinava com o paletó.
Você se
esforça para fazer uma palestra, com horas a fio de estudo, mas as perguntas,
ao final, nada têm a ver com o tema abordado.
Com a
multiplicação das picuinhas (uma só você mata no peito...), você começa a se
perguntar: Para que buscar a solução para um problema? Para que preparar uma
palestra ou escrever um livro? Para que ensaiar tanto para cantar ou tocar ou
reger?
Com o
tempo, as perguntas se tornam respostas do tipo "não vale a pena" ou
"nada vale a pena" ou "custa menos deixar como está".
Quando
isto acontece, o egoísmo vence o altruísmo.
E a alma
se apequena.
Não
podemos evitar as picuinhas, mas devemos resistir ao poder delas sobre nós, se
queremos ser relevantes
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