Pastor Israel Belo.
Convidado,
ele foi. Era um jantar de amigos que não gostavam dele. Todos
discordavam da sua visão do mundo, centrada na confiança mútua.
Eles desconfiavam de todos, inclusive dele, mas o chamaram para a
festa. Ele sabia disto, mas foi. Ele não era amigo apenas de quem
era seu amigo.
Como
a sociedade separasse os doentes dos sãos, ele chamava os enfermos
que fugiam dele. Ele conversava com eles, tocava neles, deixava-se
tocar por eles, ouvia suas histórias, sentia suas dores, ao ponto
de curar a maioria deles, para espanto geral. Ele não valorizava
quem era valorizado.
Quando
todos exaltavam os fortes, ele elogiava os fracos; quando todos
celebravam os homens, ele escutava as mulheres; quando todos
desprezavam as crianças, ele as colocava como exemplos a serem
seguidos; quando todos aplaudiam os patrões, ele homenageava os
empregados; quando todos queriam ser vistos ao lado dos vencedores,
ele era notado ao lado dos derrotados, dos desacreditados, dos
desesperançados; quando todos se apegavam ao passado, ele apontava
para o futuro; quando todos julgavam pela aparência, ele amava a
essência das coisas e das pessoas; quando todos culpavam os
massacrados, os marginalizados, ele os chamava para entoar canções
da esperança; quando todos se perdiam no frenesi das horas, ele se
retirava para meditar.
Onde
todos queriam portar a arma da força para se defender ou mudar o
mundo, ele salientava a inutilidade do ódio, a fragilidade da força,
o perigo do dinheiro e a fugacidade do poder, para que possamos ver
que há outras formas de fazer as coisas. Podemos viver como Jesus
Cristo viveu: no compasso da paz, no horizonte do respeito, na
companhia da simplicidade, na estrada da solidariedade.
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