Por Zach Nielsen
Um artigo recente no The
Telegraph destaca os sintomas
trágicos de uma doença que está afetando nossa cultura em todo o mundo. O
artigo foca principalmente nos adolescentes e na disfunção que se tornou
normativa em seus estilos de vida como resultado do consumo de pornografia.
À luz disso, como os pais podem criar filhos numa cultura
“pornificada”? Aqui estão oito sugestões para esse problema cada vez maior.
1.
Busquem dar aos nossos filhos uma visão grandiosa do Deus que é gloriosamente
prazeroso.
Não podemos
simplesmente dizer aos nossos filhos que parem de ter certos comportamentos;
devemos também ensiná-los a se deleitar no que Deus fez. Tenho buscado uma
disciplina de destacar tudo que há de bom na criação de Deus. Há algumas
semanas, foi uma bênção ver meus dois filhos mais velhos passarem horas catando
as framboesas que crescem no enorme quintal dos seus avós. Eles precisam ser
lembrados da bondade de Deus em nos dar essas maravilhosas bênçãos criadas,
como framboesas. Se não formos cuidadosos, podemos virar gnósticos funcionais (carne
e matéria são ruins; somente o que é “espiritual” tem valor) na nossa
comunicação sobre ética sexual com nossos filhos. Um versículo útil para eles
memorizarem é I Timóteo 4.4: “Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há
nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças”.
Em resumo,
quero que meus filhos saibam que perversão sexual é o auge da idolatria
(Romanos 1), assim como que a integridade sexual é o auge da beleza. Isso
exige que falemos sobre isso, provavelmente mais do que estamos confortáveis ou
que experimentamos quando éramos crianças. Mas esse é um mundo novo, e um mundo
novo exige nova comunicação para treinar nossas crianças.
2.
Ensinem o evangelho. Nossos filhos são legalistas naturais.
Eles precisam nos ver como exemplos do verdadeiro
evangelho através de arrependimento e perdão ativos. Eles precisam saber
que a aceitação deles perante Deus não é baseada em seu desempenho, mas no de
Cristo. Eles precisam saber que a posição deles como um membro da família não
depende da obediência deles, embora a posição deles implique sim em um certo
tipo de vida.
Por exemplo,
quando estamos disciplinando nossos filhos geralmente dizemos: “Pelo fato de
você ser um membro dessa família e porque eu o amo muito, você não vai fazer
isso”. Considere a diferença de dizer: “Se você quer que eu o ame e se
você quer continuar vivendo nessa casa, é melhor você parar de fazer isso”.
Os indicativos da nossa fé devem preceder e informar os imperativos. Não
inverta a ordem.
3.
Ensine-os que limites trazem liberdade e que a obediência é uma benção.
Quando era
uma criança, pensava que se eu estragasse tudo, Deus ia me bater com um vara
grande. Ninguém nunca me ensinou isso, mas era o que eu sentia. Obediência não
era motivada por amor, mas pela punição. Isso não me levou muito longe.
Quando meus
filhos tiverem uma idade apropriada, pretendo ensinar que o pecado sexual nunca
vai prover a liberdade que desejamos. Eles podem optar por colher as
consequências danosas da desobediência, mas vou alertá-los através da Bíblia e
da experiência que eles não querem começar esse caminho. Obediência leva a
bênção.
4. Falem com eles mais cedo do que tarde sobre sexo e pornografia na internet.
Quando tinha
8 anos, lembro de ir ao lado da garagem do nosso vizinho. Como toda criança
curiosa, gostava de bisbilhotar um pouco. Logo descobri que ele tinha caixas
cheias de revistas pornográficas. Algumas vezes, um amigo e eu esgueirávamos
por lá, pegávamos umas, e sentávamos nos arbustos para ver as mulheres peladas.
Na época, esse esforço arriscado enchia meu estômago com borboletas de medo de
ser pego pelos meus pais ou pelo vizinho. Mas tudo o que você precisa hoje é
uma porta fechada e uma conexão à internet. A mais vil perversão imaginável
está somente a dois cliques de distância.
Precisamos comunicar, em termos gerais, o
que está disponível e porque é tão destrutivo. Alguns iriam alegar que essa
discussão vai apenas incitar sua curiosidade, mas qual é a alternativa? Prefiro
que eles sejam advertidos por mim para que eu possa oferecer razões e meios
para lutar do que tê-los inocentemente tropeçando em pornografia algum dia na
internet.
5. Comece
a treinar seus filhos sobre como interagir com o sexo oposto.
Nós já começamos a “ter encontros”
com nossos filhos. Sentimos que é fundamental para eles, em uma idade precoce,
começarem a experimentar como é ser bem tratado por alguém do sexo oposto.
Especialmente para as meninas, uma falta de atenção masculina saudável por
parte do pai geralmente vai estimulá-las a buscar isso; porém, de maneiras não
saudáveis, com rapazes mais do que felizes em fornecer atenção. Meus filhos
precisam aprender que mulheres não são objetos a serem consumidos, mas são
imagem e semelhança de Deus, criadas para serem amadas.
6.
Cuidado com quem seus filhos passam tempo.
Visto que a exposição sexual é muito mais
acessível hoje do que 25 anos atrás, somos muito mais atentos com quem nossos
filhos passam tempo. Vai haver uma época (mais cedo do que eu gostaria de
pensar) quando não vamos ser capazes de guardá-los com tanta força, mas,
esperançosamente, os pontos anteriores estarão tão enraizados em suas vidas que
eles estarão equipados para tomar decisões sábias.
Tome cuidado, porém, para não levar isso
muito longe e transmitir um medo problemático de incrédulos. Quanto mais velhos
nossos filhos se tornarem, mais teremos que deixá-los ir e orar para que nosso
treinamento tenha criado raízes. Realmente, não há outra escolha. Devemos
treinar nossos filhos, assim eles estarão protegidos o suficiente para estarem
seguros em uma idade apropriada, porém informados o suficiente para tomar
decisões sábias por conta própria. Simplesmente não esconda seus filhos atrás
da fortaleza de sua supervisão até que tenham 18.
Isso exige grande sabedoria. Não há manual.
Devemos ser pais de oração.
7. Cuidado com o computador e desliguem a televisão.
Temos o Covenant Eyes (N. T.: site
especializado em monitorar como a Internet é usada e assim enviar um relatório
dos sites entrados para os pais, além de filtrar e bloquear certos sites) em
todos os nossos computadores, via AppleOS. Nossos filhos podem apenas acessar
sites que aprovamos. Certamente, isso vai mudar quando eles ficarem mais
velhos, mas, esperançosamente, eles vão ter internalizado o evangelho e provado
as bênçãos da obediência.
Vitória sobre a pornografia é, no fim das
contas, uma questão do coração, mas isso não significa que devemos abrir mão de
estruturas preventivas. Você nunca deve dizer, “Quero saber se minha obediência é motivada
por mais do que apenas seguir as regras certas, então vou mergulhar em
situações imprudentes para ver se sou forte o suficiente para suportar o pecado!”.
Isso é absurdo (I Coríntios 10.12-13). Precisamos de corações corretos para não
sermos legalistas, mas limites corretos podem nos ajudar a provar a bênção da
obediência.
A TV vai mostrar aos seus filhos pornografia
leve e funcional o tempo todo. Existem incontáveis coisas melhores para fazer
com seus filhos do que assistir TV. Leia com eles, pratique esportes com eles,
desfrute da criação com eles, conte a eles uma história, ou apenas os sirva em
uma atividade à escolha deles. A frase-chave aqui é com eles. Se eles gastam
mais tempo com a TV do que com você, todos vocês estão em apuros.
8. Busquem cultivar uma relação com seus filhos de forma que eles
sintam que podem se abrir com você sobre qualquer coisa.
Como um pai jovem, não estou totalmente
certo sobre como fazer isso acontecer, mas sei que acontecerá se eu servir de
modelo de franqueza. Tento atrair seus corações e mostrar que, se eles forem
honestos comigo, eu serei justo, amoroso e compassivo. Se eles me veem como
cauteloso e reservado, por que esperaria que eles fossem diferentes?
Por último, você já se arrependeu na frente
dos seus filhos? Se eles nunca te viram se arrepender, o que te faz pensar que
eles virão a você para pedir ajuda depois de ver pornografia na internet pela
primeira vez? Servir de modelo de arrependimento para nossos filhos é
provavelmente a maneira mais rápida de mostrar que acreditamos no evangelho e
que somos um refúgio seguro em meio ao pecado deles.
Fonte: Graça Plena
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